O Que e o Choque de Civilizações?

Gilvan Ferreira
5 Min leitura

O choque de civilizações foi uma teoria controversa, desenvolvida nos anos 90, que alertava para guerras mundiais causadas por diferentes idéias culturais. A história do mundo está repleta de conflitos internos e externos. No entanto, nem todas essas guerras poderiam ser chamadas de “choque de civilização”.The Clash of Civilization foi um livro de 1996 escrito pelo cientista político americano Samuel Huntington. Em resumo, o livro afirma que as diferenças religiosas e culturais serão o principal ponto de partida dos conflitos entre os diferentes grupos do mundo após a Guerra Fria . O livro acusa o extremismo islâmico em particular como a maior ameaça à paz do mundo.

Esta teoria tem sido muito controversa desde o seu início. Um resumo da teoria e suas principais críticas estão disponíveis abaixo.

O que é uma civilização?

Existem muitos tipos de civilizações encontradas em todo o mundo – no entanto, a cultura “ocidental” e a cultura islâmica foram apontadas como duas das mais abrangentes do mundo. Em geral, o mundo ocidental compreende a Europa e outros lugares onde os europeus se estabeleceram no passado, como Canadá, Austrália e América, enquanto o mundo islâmico está concentrado principalmente no norte da África e no Oriente Médio. Em seu livro, Huntington prestou muita atenção a esses dois mundos e os descreveu extensivamente, explicando como os dois poderiam causar conflitos no mundo.

Por que as civilizações se chocam?

Samuel Huntington acreditava que havia aspectos da cultura islâmica e cristã (ocidental) que estavam destinados a colidir entre si. Isto é particularmente devido à natureza “tudo ou nada” das religiões, onde os seguidores acreditam que apenas a fé é a correta e a usam para justificar atos que podem até se tornar violentos.

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Huntington também acreditava que as civilizações se chocam porque são separadas uma da outra por idioma, tradição, cultura, história e religião. Em termos do conflito entre o cristianismo e o islamismo, Huntington enfatizou que o conflito é inevitável, porque as duas principais religiões (islamismo e cristianismo) continuam mantendo a alegação de que são “a única religião verdadeira” no mundo. Além disso, Huntington afirmou que, enquanto o mundo encolhe com a globalização, as interações em todo o mundo aumentam, intensificando o que Huntington chama de “consciência civilizacional”: o know-how das diferenças entre pontos em comum e civilizações dentro da civilização.

Como evitar um choque de civilizações?

Samuel Huntington propôs três tipos de ações gerais que a civilização não ocidental pode usar em resposta aos países da região oeste. Uma é que os países não ocidentais podem tentar se isolar para manter seus valores e se proteger da invasão ocidental. Em segundo lugar, os países não ocidentais poderiam aceitar e fazer parte dos valores ocidentais.

Além disso, através de uma transformação econômica, países fora do mundo ocidental podem tentar equilibrar o poder ocidental. Embora ainda mantenham seus valores, eles podem cooperar com outros países não ocidentais para obter poder militar e cooperação econômica. Huntington acreditava que acumular o poder das civilizações não ocidentais e reuni-las poderia levar o Ocidente a cultivar um melhor know-how dos fundamentos da cultura por trás de outras civilizações. Nesse sentido, a civilização ocidental deixará de ser considerada “universal”, pois diferentes civilizações poderão coexistir e se unir para moldar o mundo futuro.

Críticas ao choque de civilizações

O choque de civilizações já recebeu muitas críticas. A denúncia do choque de civilização por diferentes indivíduos pode ser organizada em três subtítulos: críticas éticas, metodológicas e epistemológicas.

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Crítica Epistemológica

Essa crítica condena o choque de civilizações por sua perspectiva elitista, realista e orientalista. Essa crítica rasga a suposição da probabilidade persistente de guerra entre civilizações, que, segundo ela, mostra um medo que está embutido no realismo político.

A crítica também aponta como a linguagem de “eles” e “nós” está profundamente enraizada na tese de Huntington, criando um senso de alteridade que pode abrir a porta para o preconceito.

Crítica Metodológica

Essa crítica afirma que Huntington não considera a dinâmica interna e as inúmeras complexidades do Islã, bem como o mundo muçulmano em geral. Esta crítica afirma que a teoria do choque de civilizações é uma generalização excessiva e é seletiva.

Crítica Ética

A crítica ética repreende a importância imoral de toda a tese. Alega que o choque de civilização é uma tese decidida que ajuda a um interesse particular e não é útil na previsão de conflitos mundiais.

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